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domingo, 25 de março de 2012

Orgulho e Preconceito


O filme “Orgulho e Preconceito” do diretor Joe Wright é baseado na obra da escritora inglesa Jane Austen, uma mulher que viveu durante o século XVIII, a mesma época em que se passa a história relatada nessa produção.

O roteiro narra a trajetória de uma família: Os Bennet, mas, precisamente, o destino de cinco irmãs que vivem num tempo em que, a mulher era criada para o casamento.Contudo uma delas, Elizabeth, não se submete as condições impostas pela sociedade da época. Sociedade essa que privilegiava o homem. Ela vive de forma livre até o inesperado ocorrer. No decorrer da história a jovem conhece alguém, um jovem chamado Darcy, o que a faz ter mais convicção de suas opiniões e atitudes. Contudo ela acaba se envolvendo e o inevitável acontece: o amor de ambos.

Ao transformar a obra literária em cinema, percebemos a preocupação dos envolvidos: produtores, roteiristas e diretores em procurar manter o retrato fiel de uma época. As construções das cenas (gravações) a maioria realizada em locais originais (mansões, casas) e não cenários. A riqueza e o luxo desses ambientes nos permitiram imaginar como seria essa época. Principalmente em relação à Inglaterra que o filme busca retratar. Nesses mesmos locais vemos a presença dos períodos artísticos através das pinturas em afrescos nas mansões, os quadros, as esculturas.

Outro ponto importante desse filme é a fotografia, maravilhosa!A valorização da natureza ganha forças. Um ambiente calmo, aconchegante que ajuda o telespectador a se aproximar dessa época. A presença do Neoclássico – coisas simples do campo, o bucolismo, nas esculturas. O Rococó um período do retrato, também, da natureza e da nobreza. O Barroco presente nas casas, nas cores, pinturas.

Uma época em que a mulher tinha seus limites. A submissão era uma constante da sociedade. Uma família vivendo dentro de uma sociedade movida por culturas e tradições.

Uma escritora mostra através de sua obra, atitudes que podem mudar um modo de pensar. Mostra padrões tradicionais de relacionamentos e busca, também, alterá-los. Como é mostrado na produção, de forma verossímil, o relacionamento dos jovens Darcy e Elizabeth, pessoas que a principio se odiavam, e depois descobrem o amor.

“Orgulho e Preconceito” como o titulo sugere traz dois sentimentos visíveis na historia apresentada e presentes em nossa atualidade. Tudo gira em torno de riquezas e posições sociais, mas que desaba quando há a união de duas pessoas diferentes socialmente. O encontro de duas almas que se unem em busca de algo em comum: o amor. E que se torna mais belo através do retrato produzido no filme.

sábado, 17 de março de 2012

Almeida Junior
" Caipira picando fumo"






Camille Claudel: Uma vítima da loucura

O filme “Camille Claudel” de Bruno Nuytten é baseado na vida de Camille Claudel, e narra a trajetória de vida pessoal e profissional dessa grande artista. Uma jovem que buscou realizar seus desejos não se importando com os padrões impostos pela sociedade da época.

O roteiro traz uma história envolvente, que permite ao telespectador fazer uma viagem por momentos da realidade da artista. Realidade essa que nos faz refletir sobre os momentos de glória e de sofrimento dessa jovem.

Foi no ano de 1885, na cidade de Paris, Camille conhece Auguste Rodin um escultor que mudará sua vida.

A jovem trabalhava de forma simples as produções de suas obras, e tinha o sonho que Rodin as assinasse. Para isso o convida para ir a sua casa. Ela e sua colega artista estão lá. Uma visita rápida e sem resultados. Depois de um tempo encaminha para o atelier do escultor uma de suas esculturas: um pé em mármore, e para sua surpresa ele o assina, e as convida para trabalhar em seu atelier.

Depois desse acontecimento sua vida se transforma, consegue através de seu mestre, Rodin, aperfeiçoar seus trabalhos, embora o próprio Rodin soubesse da capacidade de sua aluna. Com a convivência o inesperado acontece, o envolvimento amoroso. O casal se apaixona, vivem momentos de pura paixão. Contudo, Camille não suporta mais viver assim e o pressiona para deixar sua esposa. Ele não aceita, e a escultora acaba o abandonando.

Esse se torna outro momento difícil de sua vida. Ela passa a viver trancada, e a única coisa que faz é esculpir. Entrega-se a paixão pela arte, uma necessidade de manter-se viva. Esquece de sua família, acha que todos estão contra ela. Tudo isso ocasiona um momento de loucura, algo inaceitável pela sua família.

Depois de tanto sofrimento a triste notícia: o pai falece, aquele que era seu porto seguro. Isso é o estopim para o agravamento de sua doença, ocasionando sua internação em um Manicômio. Foram 30 anos até sua morte.

Essa história nos permite conhecer uma grande artista, mas principalmente percebermos o quanto é sofrido lutar por nossos sonhos. Camille sofreu, tinha um grande talento, mas também se envolveu, amou, se entregou as emoções. Sua personalidade era forte, uma mulher com opiniões formadas. Uma jovem que consegui mostrar seu trabalho, ter seu reconhecimento por parte de grandes artistas, porém não teve seu amor. A vida lhe pregou uma grande peça. O principal responsável por sua desgraça foi o principal incentivador de sua arte.

O filme mostra de forma verossímil um trabalho fantástico. Um trabalho desconhecido para muitos, mas que, com essa produção aprenderam a apreciar. Momentos de solidão e loucura diante de situações predestinadas a viver.


Sandra Lopes